A Umbanda foi formada com bases na simplicidade em que os antigos povos cultuavam Deus, para eles. Ele era o sol que germinava as sementes lançadas na terra, era a própria terra que alimentava e dava vida às sementes, era a chuva bendita que vinha do céu para molhar a terra fazendo crescer as plantações e matar a sede enchendo seus poços de água.

Consequentemente, com isso para eles a natureza era sagrada, encontravam Deus em todos os lugares e toda a manifestação da natureza era uma manifestação divina. Os Orixás, divindades da Umbanda, representam essas forças da natureza, são as personificações de seus elementos cósmicos. Nem os índios nativos nem os povos africanos adoravam a natureza em si, mas sim as potências energéticas associadas aos muitos aspectos desta natureza viva, por exemplo: “Yemanjá” não é a água do mar, mas a concretização em nível físico de sua energia.

As entidades que se manifestam nos Terreiros de Umbanda não são essas potências energéticas da natureza, mas espíritos evoluídos que atuam no plano vibracional de cada uma destas potências ou elementos. Os Orixás na Umbanda, sendo agentes divinos que regem e manipulam cada uma dessas energias, têm seu ponto de força ou santuário natural, onde devemos evocá-los e entrar em contato mediúnico para buscarmos forças para o desenvolvimento de nossos trabalhos e estender os laços de união que nos unem a eles, nossos guias espirituais. O mar é o ponto de força de Yemanjá, as cachoeiras de Oxum, as matas de Oxóssi, as pedreiras de Xangô e lansã, os campos abertos de Oxalá, os caminhos de Ogum, os jardins a beira-mar e cachoeiras dos Erês, os cemitérios de Omulú e as encruzilhadas dos Exús; aqui enumeramos os principais pontos de força dos Orixás e de algumas das entidades que trabalham na Umbanda.

A Umbanda é um movimento espiritual que sempre esteve ativo, muitas das vezes com nomes diferentes, mas sempre ativo. Cultuar os Orixás na natureza, nada mais é do que reconhecer onde a árvore da vida dá seus melhores frutos. Os Orixás que se manifestam na Umbanda são os regentes e ativadores das forças que habitam a natureza, o adepto é seu intermediário. O Orixá regente vai abrindo, de forma gradual, a cada mediador a cortina sobre seu poder de atuação no mundo espiritual e material, pois ainda não é o tempo de se levantar o véu de luz que oculta os grandes mistérios sagrados.

A origem do culto dos Orixás na Umbanda provém dos Negros Africanos que foram presos e trazidos escravizados para o Brasil. Devemos lembrar que a África não é um País e sim um continente e que os Negros em questão vieram de diferentes Nações Africanas, que tinham suas particularidades quanto aos cultos a seus “deuses”. Podemos citar os Nagôs ou Yorubás que habitavam regiões da atual Nigéria, Benin, Togo e Gana com o culto aos Orixás; os Bantos, trazidos da região do Congo e Angola com o culto aos Nkises e os Jeje (Fon) vindos da atual República Popular do Benin com o culto aos Voduns. Eles aqui, de certa forma, unificaram sua cultura e reorganizaram os cultos originais ao novo ambiente e situação, ficando mais difundida a cultura e religião dos Yorubas, devido o fato desses terem sidos escravizados nos períodos mais brandos da colonização Portuguesa, tendo assim mais liberdade quanto sua cultura e religião. Estudos mostram que no continente Africano existiam de 600 a 1700 Orixás e que para o Brasil vieram cerca de 50 Orixás, onde apenas 16 sobreviveram nos Cultos de Nação, Candomblé. A Umbanda organizou essas “manifestações divinas” em sete elementos principais.

Importante ressaltar que na Umbanda não incorporamos o Orixá, mas sim os seus enviados, falangeiros ou representantes, que são espíritos evoluídos que trabalham na manipulação ou no nível vibracional de cada uma dessas forças da natureza.

Os 07 tronos da Umbanda

Abaixo veremos como estão distribuídos os Orixás por trono, suas cores de trabalho e qual o seu Sincretismo.

1- Trono da Fé

Oxalá
Sincretismo: Jesus Cristo
Cor: Branca (harmonia, paz, fraternidade, etc)

Oiá
Sincretismo: Virgem Maria
Cores:

  • Branca
  • Prata.

2- Trono do Amor

Oxum
Sincretismo: N. Sra. da Conceição e/ou N. Sra. Aparecida.
Cores:

  • Rosa (amor, gestação, etc)
  • Amarelo (esperança, crescimento, perseverança, etc)
  • Dourado (riqueza, prosperidade)

Oxumaré
Sincretismo: São Bartolomeu
Cores:

  • Azul escuro (concentração, caráter, determinação)
  • Furta-cor

3 – Trono do Conhecimento

Oxossi
Sincretismo: São Sebastião
Cores:

  • Verde (fartura, saúde, esperança, etc)
  • Vermelho (vigor, força, ação, etc)
  • Branco (harmonia, paz, fraternidade, etc)

Obá
Sincretismo: Sta. Joana D’Arc
Cores:

  • Magenta (razão, estabilidade, firmeza, etc)
  • Terroso.

4 – Trono da Lei

Ogum
Sincretismo: São Jorge
Cores:

  • Vermelho (vigor, força, ação, etc)
  • Azul escuro (concentração, caráter, determinação)
  • Branco (harmonia, paz, fraternidade, etc)

lansã
Sincretismo: Santa Bárbara
Cor: Amarelo (esperança, crescimento, perseverança)

5 – Trono da Justiça

Xangô
Sincretismo: São Jerônimo
Cor: Marrom, Vermelho (vigor, força, ação, etc)

Egunitá
Sincretismo: Santa Sara Kali
Cor: Laranja (agitação, movimento, energia, etc)

6 – Trono da Evolução

Obaluaie
Sincretismo: São Roque
Cores:

  • Branco (harmonia, paz. fraternidade, etc);
  • Branco e preto.

Nanã Buruque
Sincretismo: Santana
Cor: Lilás (carinho, ternura, maturidade, etc)

7 – Trono da Geração

Omulú
Sincretismo: São Lázaro
Cores:

  • Roxo (estabilidade, racionalidade, etc);
  • Preto e branco.

Iemanjá
Sincretismo: N. Sra. da Glória
Cor: Azul Claro (maturidade, amparo, compreensão)